Maracatu Nação recebe título de Patrimônio Cultural
Reunião do Iphan concedeu a honraria ao maracatu de baque solto, maracatu rural e cavalo marinho
Em uma reunião realizada em Brasília na manhã desta quarta-feira (3), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) concedeu o título de Patrimônio Cultural do Brasil ao Maracatu Nação, popularmente conhecido como Maracatu de Baque Virado. Os presentes na 77ª Reunião Deliberativa do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural fizeram a escolha por unanimidade durante o encontro.
O Maracatu Nação, em sua maioria presente em comunidades da periferia da Região Metropolitana, traz um conjunto musical percursivo que sai às ruas em cortejo, principalmente no carnaval. Na manifestação popular estão presentes personagens como o rei e a rainha do Maracatu, baianas, oriás e as calungas, bonecas icônicas do fundamento religioso.
A reunião foi formada por 23 conselheiros e 13 representantes, que continuarão reunidos durante a tarde e nesta quinta-feira (4) para analisar se mais duas manifestações populares pernambucanas receberão o mesmo título: cavalo-marinho e o maracatu de baque solto. O Secretário de Cultura do Estado, Marcelo Canuto e o Presidente da Fundarpe, Severino Pessoa, estiveram presentes. Além deles, representantes das tradições também se encontram em Brasília. São eles Fábio Sotero, presidente da Associação de Maracatus Nação de Pernambuco; Manoelzinho Salustiano, representante da Associação de Maracatus de Baque Solto e Mestre Grimário, representando o Cavalo Marinho.
Ainda nesta quarta-feira o Maracatu de Baque Solto, também conhecido como Rural, foi reconhecido pela reunião no Iphan, juntamente com o Cavalo Marinho. As manifestações serão inscritas no Livro de Registro das Formas de Expressão, ganhando reconhecimento de sua importância.
“A conquista desse título confirma a importância que essas manifestações tiveram e continuam tendo para a memória, formação e identidade cultural de nossa gente. Como sua existência moldou e continua a moldar a construção de culturas mais contemporâneas. Oficializá-las como patrimônio imaterial do Brasil é também garantir sua permanência para as próximas gerações”, pontuou o secretário de Cultura Marcelo Canuto, em entrevista ao Portal Cultura PE.
O pedido para o registro de bens culturais dos folguedos partiu de Eduardo Campos, ex-governador do Estado. Depois do pedido, foi realizada a elaboração do Inventário Nacional de Referência Cultural (INRC) para cada manifestação. O processo das três manifestações levou em média três anos. Após a finalização dos documentos, os mesmos foram entregues ao Iphan e a Secretaria de Cultural oficializou a abertura do processo de registro.