Fabiana Cozza faz show em homenagem a Clara Nunes

sex, 02/08/2013 - 12:01

Para celebrar o aniversário de sete décadas de uma de suas grandes inspiradoras, Fabiana Cozza vem fazendo desde o ano passado um belo e comovente show concebido por ela, a atriz Olívia Araújo e o bailarino e coreógrafo J. C. Violla, e com elementos simbólicos, como candeeiros, no cenário.

Agora, ela volta ao Auditório Ibirapuera, onde estreou em outubro de 2012, para gravar o DVD "O Canto Sagrado - os 70 Anos de Clara Nunes" nesta sexta e sábado. Para incrementar esse desgastado formato de registro, a cantora decidiu também realizar um documentário sobre Clara Nunes (1942-1983) com depoimentos exclusivos da irmã da cantora, Dindinha, de Elza Soares, que foi quem primeiro deu guarida a Clara em sua mudança para o Rio, e do compositor Wilson Moreira, que ela tanto gravou, entre outros.

"A veracidade da coisa ao vivo no palco sempre me chama mais a atenção e me agrada mais do que ver shows em DVD. As gravações passam por edições, tratamentos e tudo o mais, e a espontaneidade muitas vezes fica de lado", diz Fabiana. "Levando isso em consideração, ao homenagear Clara, fui procurar saber melhor quem é essa pessoa. Isso porque a artista todo mundo conhece, está nos discos, nos livros."

Boa parte do repertório da filha de Ogum com Iansã foi dedicada à religiosidade afro-brasileira. No entanto, o título do show de Fabiana - que se identifica com Clara não só pelo universo do samba, mas pelo candomblé - não tem relação direta com religião. "O sentido do sagrado neste espetáculo tem um filtro artístico que passa por uma série de outras coisas: a devoção ao seu ofício, o respeito à plateia que nos assiste, os códigos que a gente não consegue identificar de forma pragmática", diz.

No repertório, há clássicos da carreira de Clara que provocam grande comoção, como "Conto de Areia" e "A Deusa dos Orixás" (ambas de Romildo e Toninho Nascimento), "O Mar Serenou" (Candeia), "Juízo Final" (Nelson Cavaquinho e Élcio Soares), "Lama" (Mauro Duarte) e "Feira de Mangaió" (Sivuca/Glorinha Gadelha). "Um Ser de Luz", que João Nogueira e Paulo Cesar Pinheiro fizeram para Clara logo após a morte dela, e emocionou Mariene de Castro e Virgínia Rosa em seus tributos à cantora, ficou de fora. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

FABIANA COZZA

Auditório Ibirapuera (Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 2 do Parque do Ibirapuera, tel. 3629-1075). 6ª e sáb., 21 h. R$ 20.

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