24 anos sem o Rei do Baião
Principal ícone da música nordestina faleceu em agosto de 1989
O Brasil lembra no dia 2 de agosto um dos maiores músicos das história dos país. Luiz Gonzaga foi muito mais do que um artista. Ele é o maior expoente da cultura nordestina durante o século XX.
Vítima de uma parada cardiorrespiratória, Seu Lua faleceu no dia 2 de agosto de 1989. Enterrado em Exu a pedidos de Gonzaguinha, seu filho, Luiz Gonzaga deixou um legado com mais de quinhentas faixas gravadas e até hoje, vinte e quatro anos depois de sua morte, figura como um dos principais nomes da música brasileira.
Natural de Exu, município do Sertão pernambucano, Luiz Gonzaga nasceu no dia 13 de dezembro de 1912 na Fazenda Caiçara. Filho de Januário José dos Santos e Ana Batista de Jesus, o garoto herdou o talento musical do pai e, aos oito anos, já subia - contra a vontade da mãe - ao palco pela primeira vez. O primeiro cachê foi de vinte mil réis e já amoleceu o coração da mãe, que mudou de ideia e passou a apoiar a vida artista do rebento.
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Aos 16 anos o jovem já era conhecido como Luiz de Januário por toda a região do sertão do Araripe. Em 1926 ele passou a se apresentar profissionalmente, até que, depois de uma desilusão amorosa, se muda para o Ceará e ingressa no exército. Após sua experiência militar, ele decidiu seguir o seu sonho e partiu para São Paulo, onde começou a se apresentar em programas de calouros do rádio, já nos anos 1940.
Sua primeira gravação profissional aconteceu em 5 de março de 1941, pela gravadora Victor. Poucos dias depois, ele já assina contrato com o label para lançar dois discos de 78 rotações. Só em 1947 o cantor gravaria um de seus maiores hinos, a canção Asa Branca. Terceira parceria de Gonzaga com Humberto Teixeira, a faixa logo se tornou um sucesso de execuções e alçou seu intérprete ao estrelato.
Durante a década de 1960 ele passou por um período de ostracismo, voltando à mídia graças a um boato gerado pelo apresentador Carlos Imperial, que afirmou que os Beatles desejavam gravar uma versão de Asa Branca. Bem humorado, Gonzaga passou anos afirmando que os cabeludos de Liverpool ficaram encantados com a canção.
Já na década de 1980, cantou para o Papa João Paulo II depois de ser assediado por uma multidão de fãs que esperavam vê-lo junto ao sumo pontífice. Fãs que sempre foram atendidos pelo primeiro astro pop brasileiro.