O emocionante faroeste sertanejo da Legião Urbana
Faroeste Caboclo chega aos cinemas brasileiros nesta quinta (30) e promete levar milhares as salas
Estrelado por Fabrício Boliveira, Isis Valverde, Felipe Abib e Antonio Calloni, o filme Faroeste Caboclo chega aos cinemas de todo o Brasil nesta quinta (30). A produção marca a estreia de René Sampaio como diretor de longas e apresenta ao público uma obra inspirada na canção homônima da banda Legião Urbana. Os 168 versos da música se transformaram em uma história completa com 105 minutos recheada de romance, crítica social e momentos impactantes.
O longa conta a trajetória de João de Santo Cristo (Boliveira), sertanejo, negro e sem família, que parte do povoado baiano de Santo Cristo para Brasília em busca do sonho de mudar de vida depois de passar um tempo no reformatório. Ao chegar à Capital Federal no meio do natal, ele segue para a cidade-satélite de Ceilândia, periferia onde encontra um primo distante de seu pai, único parente vivo.
Sem nada a perder, João corrompe seus valores mais uma vez e se envolve com o tráfico. Em meio a uma fuga, ele conhece Maria Lúcia (Valverde), filha de um senador que está longe de ser um pai presente. A paixão pela bela patricinha e o sucesso de vendas das drogas do sertanejo incomodam Jeremias (Abib), que comandava o comércio ilegal de drogas para os bem nascidos do local e nutre um amor não correspondido pela herdeira do político.
Com referências ao western spaghetti, Faroeste Caboclo promete arrastar milhares de pessoas para as salas de cinema de todo o Brasil. Fabrício Boliveira constrói um personagem único e cativante, em que a cada cena o espectador consegue se envolver e torcer para o anti-herói moderno. Ísis Valverde mostra-se segura e convincente, fato nem tão comum ao longo de sua carreira.
Cores marcantes ajudam a contar a história criada por René, que estreia memoravelmente como diretor de longas. A trama enxuta, direta e sem rodeios mostrou-se um acerto. Destaque para a cenografia e figurino, que nos leva para a década de 1980. A trilha sonora recheada de hits internacionais do momento ajuda a ilustrar a realidade dos jovens burgueses brasilienses, exibidos sem nenhum disfarce e ajudando a compor os caminhos que levam para o nascimento da paixão entre esse casal tão improvável.
Um final de tirar o fôlego pontua a película, que mesmo conhecido consegue surpreender, seja pelas cores usadas, pela atuação fervorosa de Boliveira ou simplesmente pelo modo poético de se contar. Longe de ser um videoclipe, Faroeste Caboclo é um filme que merece ser visto e revisto. Faz refletir, cativa e passa sua mensagem.