CD E DVD 'Mormaço' antecipa férias de Marcelo Camelo

Músico registrou show intimista com a participação da mulher, Mallu Magalhães

ter, 28/05/2013 - 10:30
Reprodução Em 'Mormaço', Camelo se apresenta acompanhado apenas do violão Reprodução

Marcelo Camelo gosta de pensar a atividade musical como uma sucessão de ciclos, que nascem a partir de um lote de canções inéditas e se encerram com o "esgotamento" público delas. Em outras palavras, seu mais novo CD e DVD, Mormaço, representa o fim de mais uma etapa na vida do cantor e compositor, iniciada com a depuração de Toque Dela (2011), segundo álbum solo de sua carreira. "É preciso dar um tempo para fazer um disco novo. Logo vou ter este espaço para reflexão", diz em entrevista por telefone.

O registro audiovisual apresenta show de sua mais recente turnê, quando encarou o palco no inédito formato voz e violão. Toda aquela euforia remanescente da época do Los Hermanos deu vez a uma dinâmica mais silenciosa com a plateia, devidamente acomodada em cadeiras de salas de concerto. Neste DVD, o cenário é o Theatro São Pedro, de Porto Alegre. "O meu outro DVD foi em Salvador. Eu achei que era um bom contraponto", explica.

Abraçado em seu violão de nylon, Camelo reveza faixas da carreira solo com as da época do Los Hermanos. Duas são inéditas: Luzes da Cidade e Dois em Um. Há, ainda, a divertida Porta de Cinema, de autoria de seu avô, Luiz Souza, e que já havia sido gravada no disco solo de seu tio, Bebeto Castilho (baixista do Tamba Trio).

Ao lado da mulher, Mallu Magalhães, eles promovem um dos momentos mais celebrados do espetáculo, quando dividem o microfone na canção Sambinha Bom, de Mallu. "A gente acaba passando um pouco alheio a essa impressão que causa a ideia de estarmos juntos em cena. É quase inocente pra gente, que acaba fazendo de um jeito a não medir as consequências. E é por isso que fica tão bonito."

Os dois também são protagonistas no documentário Dama da Noite, espécie de extra deste novo DVD. O filme tem direção do cineasta californiano Jack Coleman e reúne imagens do casal, dos amigos e da banda em momentos mais prosaicos. Não há contextualização de tempo e espaço, tampouco a presença de uma narrativa didática e informativa. "Eu queria utilizar um discurso mais poético, menos direto, que fosse uma observação da minha música pelas sombras, pelos lugares menos iluminados, menos evidentes. Não queria que fosse um filme sobre as músicas, mas um filme com as músicas", define.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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