Começa a exumação do poeta chileno Pablo Neruda

seg, 08/04/2013 - 14:19
Martin Bernetti Médicos legistas isolam o túmulo de Neruda para os trabalhos de exumação em Isla Negra Martin Bernetti

A exumação dos restos mortais do poeta chileno Pablo Neruda começou nesta segunda-feira no balneário de Isla Negra, na costa central do Chile, para esclarecer se ele foi assassinado pela ditadura de Augusto Pinochet ou morreu de câncer, como afirma a versão oficial. O trabalho começou com a abertura da cripta onde estavam os restos mortais do Prêmio Nobel de Literatura, perto do mar e ao lado da sepultura de sua terceira esposa Matilde Urrutia, sob a supervisão do juiz responsável pelo processo, Mario Carroza, além de advogados e dezenas de peritos forenses.

A operação busca determinar se Neruda morreu em 1973 pelo agravamento de um câncer de próstata, como afirma o atestado de óbito, ou se faleceu depois de ser inoculado com uma misteriosa injeção um dia antes de viajar ao México, onde pensava em morar no exílio e comandar a oposição a Pinochet, como denuncia seu ex-motorista Manuel Araya. No domingo, na casa-museu de Isla Negra, 110 km a oeste de Santiago, onde Neruda viveu seus últimos dias, foram realizados os trabalhos prévios à exumação, com a instalação de uma capa sobre o túmulo para evitar a contaminação da área e a remoção de quase 60 centímetros de terra que cobria a cripta.

As perícias devem demorar pelo menos três meses para determinar se os restos mortais contêm ou não alguma substância tóxica que avalie a denúncia de Manuel Araya, informaram à AFP fontes judiciais. Apesar de Araya denunciar há quatro décadas o assassinato do poeta, militante do Partido Comunista, apenas em junho de 2011 o Partido Comunista chileno apresentou a denúncia judicial que possibilita a exumação realizada nesta segunda-feira.

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