Escritora tibetana é proibida de deixar a China
Uma poetisa tibetana anunciou nesta sexta-feira que autoridades de Pequim lhe negaram um passaporte e, por este motivo, ela não poderá receber um prêmio concedido pelo governo dos Estados Unidos. Tsering Woeser, uma das vozes mais críticas sobre a presença chinesa no Tibete, foi escolhida para receber o prêmio anual do Departamento de Estado americano às mulheres de todo o mundo que demonstram coragem, abnegação e que defendem os direitos humanos.
O prêmio será entregue nesta sexta-feira (8) em Washington, na presença do secretário de Estado americano John Kerry e da primeira-dama Michelle Obama. Tsering Woeser foi privada do passaporte, segundo ela, por motivos de "segurança nacional". Ao negar-se a entregar o passaporte, a China "delata sua fragilidade", explicou Woeser à AFP.
O governo da China denunciou a atribuição do prêmio a Tsering Woeser como uma "interferência" em seus assuntos internos. "Atribuindo uma recompensa a uma pessoa assim, os Estados Unidos proporcionam apoio público a suas reivindicações separatistas", declarou Hua Chunying, porta-voz da diplomacia chinesa.
Esta postura recorda a que foi adotada por Pequim em 2010 por ocasião do Prêmio Nobel da Paz ao dissidente e intelectual Liu Xiaobo, que, desde 2009, cumpre uma pena de 11 anos de prisão. Na época, Pequim também criticou o Comitê Nobel por uma "interferência injustificável" em seus assuntos internos.