Uma apresentação intimista do pianista e compositor pernambucano Zé Manoel no Centro Apolo-Hermilo marcou o início do Porto Musical, evento que reúne música, tecnologia e negócios realizado no Bairro do Recife. A série de conferências e apresentações musicais com a participação de artistas e produtores locais, nacionais e internacionais segue até o próximo domingo (2).

Com muita sensibilidade e bem acompanhado de uma excelente banda, Zé Manoel tocou composições suas como Valsa da Ilusão e Samba Tem. Com uma sonoridade que remete imediatamente a cãnones da música brasileira como Chico Buarque e Vinícius de Morais, o jovem de Petrolina mostrou porque vem sendo considerado uma revelação ascendente da música pernambucana. Uma versão arrojada em inglês do clássico de Luiz Gonzaga, Sabiá, foi um momento especial na apresentação. Após o show, um coquetel foi a primeira possibilidade de interação entre os participantes do Porto Musical.

O músico Franklin Silva, do grupo Pé de Índio e a Raiz de Vento, vai participar pela primeira vez do Porto Musical. "Já tinha vindo para os shows, que são abertos ao público, de outras edições", explica, afirmando que seu objetivo ao se inscrever para as conferências é "Conhecer melhor o funcionamento do circuito musical, pois tudo está mudando muito rápido e é preciso se atualizar".

O produtor Paulo André Pires, um dos coordenadores do Porto Musical, ressalta que o que atrai os participantes ao evento é "Entender como se faz para circular internacionalmente". Ele chama atenção para uma novidade desta edição do Porto, os speed meetings, encontros entre músicos, produtores e diferentes atores do mercado musical para tentar "vender o peixe" e estabelecer parcerias. "O que se leva para casa é o network (rede de contatos)", resume Paulo André.