O conferencista Deepak Chopra e a atriz global Christiane Torloni, após o término da palestra Chico Peixoto/LeiaJá Imagens

Parecia que estávamos todos à procura daquelas palestras que direcionam nossos olhares, de maneira otimista, para alcançar um estilo de vida melhor, do que propriamente em um evento literário. Ponto positivo para um público que compareceu em peso, na noite desta sexta-feira (11), à Tenda Principal da Festa Literária Internacional de Pernambuco, a Fliporto – os ingressos para esta conferência haviam se esgotado já por volta do meio-dia.

O conferencista de abertura, o escritor e guru indiano Deepak Chopra falou sobre cosmologia, fluidos de energia e sobre a felicidade. “O universo é a consciência humana”, salpicava Chopra, que realizou até uma meditação coletiva, bem recebida, inclusive, pelas autoridades políticas que estavam presentes - como o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros, e o governador do estado, Eduardo Campos.

“É muito difícil entender o universo. O que sabemos sobre ele? Sabemos que começou há cerca de 15 bilhões de anos com algo chamado ‘Big Bang’. Mas não temos ideia do que propiciou este fato, pois a ciência trabalha com o conhecível, o desconhecido e com o indecifrável. E o mistério da existência permanece”, explicava. Chopra pediu, sem cerimônias, para que todos ali presentes fechassem os olhos, arcassem as mãos abertas para cima e deixassem seus pés plenamente encostados no chão, para repetirem mentalmente frases como “Quem sou eu? O que eu quero? O que todo mundo quer? Que tipo de mundo eu quero para as futuras gerações?”.

Responsável por trazer celebridades “fãs de carteirinha” do seu trabalho - como a atriz Maria Paula e os artistas globais Christiane Torloni e Wolf Maya, que correram após um dia de gravações da novela “Fina Estampa”, no Rio de Janeiro, para assistirem à palestra - , Chopra deu o tom de interdisciplinaridade que está presente ao longo da festa literária, por tratar de temas tão relevantes e ousados para o ser humano e que envolvem cosmologia, física quântica e espiritualidade.

“Sou muito fã do Deepak Chopra, ele é realmente incrível, já li vários livros dele, me inspiram muito. Ele é um cara que tem uma sabedoria muito profunda, e tem essa ‘sacação’ de tratar o corpo de acordo com as emoções e com a espiritualidade. Estou emocionada de ver aqui, hoje, um grande ídolo e um grande guru”, comenta a atriz Maria Paula, que está presente no evento também para lançar o seu primeiro livro, “Liberdade crônica”.

UNIVERSO - Mas, e o que esse papo todo tem haver com a proposta do evento? “A literatura é uma atividade que acontece dentro da consciência, e que, portanto, tem haver com artes e ciência”, disse o guru, durante sua coletiva de imprensa. Na palestra, ele explicou sobre a tentativa dos cientistas em desvendar a cosmologia – através das teorias matemáticas, da experimentação designada pela consciência humana e da observação – e da relação entre o homem e a tecnologia – “Depende de você, você é quem cria. Como você pode ser sua própria vítima? A tecnologia é uma coisa neutra, você pode usá-la para se auto-transformar, para transformar o mundo ou para destruí-lo”, afirmou.

Com slides que demonstravam os efeitos da criatividade, do efeito de observar e a sabedoria genética, ele demonstrou ao público que o corpo físico é feito de elementos que estão diretamente ligados com às emoções. “Felicidade é importante, incluindo a do seu próprio inimigo, que nem Jesus Cristo o fez. Sem felicidade, não há sabor na vida”, ensinava o guru, que foi aplaudido ao proclamar a frase “Amor sem ação é irrelevante”. Uma boa mensagem para iniciar o evento, mesmo que este literário e não de auto-ajuda.