Trilha no Marajó retoma a literatura de Dalcídio Jurandir
Aberto ao público, cortejo promovido por programa de pós-graduação da UNAMA - Universidade da Amazônia, neste sábado (19), terá leitura de textos e atrações musicais
O Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Linguagens e Cultura (PPGCLC) da UNAMA - Universidade da Amazônia promove um cortejo lítero-musical em Cachoeira do Arari, município do arquipélago do Marajó, neste sábado (19). A programação reúne professores pesquisadores e alunos do Mestrado e Doutorado.
"'Trilhas do Literário' no Marajó vai vivenciar a literatura do escritor Dalcídio Jurandir em sete estações pelas ruas da cidade marajoara e é um evento aberto ao público", conta a reitora Betânia Fidalgo Arroyo, que participará do evento.
O romancista Dalcídio Jurandir, natural de Ponta de Pedras, no Marajó, é um dos maiores representantes da literatura paraense e entre seus méritos figura o de ter superado os parâmetros do regionalismo tradicional com a apresentação de temas de relevância universal. Em “Belém do Grão-Pará”, por exemplo, ele denuncia a exploração infantojuvenil em trabalhos domésticos. Em “Chove nos campos de Cachoeira”, a desigualdade social; e em “Três casas e um rio” e “Chão dos lobos”, a grilagem de terras.
A primeira estação será no icônico Museu do Marajó, concebido pelo padre Giovanni Gallo, com a leitura das “Epístolas Poéticas” trocadas entre o romancista e Maria de Belém Menezes, filha de Bruno de Menezes. Haverá exposição de banners e memorial sobre a lendária Academia do Peixe Frito, além do relançamento do livro “Dalcídio, o Reinventor do Caroço de Tucumã”, do escritor, poeta, pesquisador e professor titular da UNAMA Paulo Nunes, que também é membro do Instituto Histórico e Geográfico do Pará. A publicação, lançada durante a 25ª Feira do Livro e das Multivozes, este ano, no estande da Imprensa Oficial do Estado do Pará, traz uma abordagem científica sobre o texto literário do marajoara considerado um dos primeiros a difundir o modo de vida cotidiano das populações amazônicas.
A segunda estação será no porto da cidade, às margens do rio Arari, com leitura de trechos de “Chove nos campos de Cachoeira” e “Três casas e um rio”. A terceira, na igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, com texto e fala de Paulo Nunes, sobre "Religiosidade e fé em Dalcídio Jurandir". A quarta, em frente à casa onde Dalcídio morava, com leitura de textos sobre o chalé da família de Alfredo, personagem principal de “Chove nos campos de Cachoeira”.
A quinta estação será na escola estadual José Rodrigues Viana, sobre "Pedagogia das ruas e educação formal", com leitura do texto prefácio “Primeira Manhã”, de Paulo Nunes. A sexta estação será na Porteira da Fazenda, com leitura de trechos de “Chove nos campos de Cachoeira”. A sétima será o encerramento da programação, com apresentação cultural do grupo Acauã.
Com informações do PPGCLC/UNAMA.