Análise aponta que 92,4% das empresas são de pequeno porte
Segundo a análise feita através dos dados do Ministério da Economia, para cada 100 MEIs, há 30 Micros, dez pequenos negócios e uma sociedade anônima
De acordo com um levantamento realizado pelo CEO da FM2S Educação e Consultoria, Virgilio Marques do Santos, das mais de 19 milhões de empresas abertas no Brasil, a maior parte, em torno de 92,4%, são compostas por microempreendedor individual (MEIs) e estabelecimentos de pequeno porte. Segundo a análise feita através dos dados do Ministério da Economia, para cada 100 MEIs, há 30 Micros, 10 pequenos negócios e uma sociedade anônima.
Ainda de acordo com a pesquisa, existe uma série histórica de abertura e fechamento de empresas no primeiro quadrimestre dos anos de 2012 a 2022, que pode estar em muito relacionado ao aumento do desemprego. Dessa forma, o trabalhador sem oportunidades vê no empreendedorismo, principalmente, na abertura de um MEI ou Microempresa, uma possível alternativa para se inserir novamente na economia.
Dessa maneira, o CEO da FM2S destaca que é importante considerar que empreender nestes casos não é uma escolha, mas na verdade é uma questão de sobrevivência para essas pessoas, o que se caracteriza como uma modalidade diferente de negócios, que pode ser chamada de “empreendedorismo por necessidade”. Para buscar entender como essas pessoas se lançam no mundo dos empreendimentos, o relatório levantou 18 ramos que são os mais escolhidos por esses profissionais.
A maioria são atividades que exigem menos capital de licença para abertura, sendo a modalidade MEI a mais adotada. Nos dados apresentados, se destaca o mercado varejista de artigos do vestuário e acessórios, com 760.700 MEIs ativos, o que demonstra que 76% das atividades realizadas nesse setor são desempenhadas por microempreendedores individuais.
No setor de promoção e vendas, os números chegam a 92% de cabeleireiros, manicures e pedicures atuando por meio do empreendedorismo individual. Para Virgílio, essa alta adesão ao MEI é explicada em parte por conta dos custos bem menores que essa modalidade abrange em comparação com o empregador de pequeno porte, facilitando, assim, a sobrevivência até mesmo de empresas pouco produtivas.
Diante destas análises, o CEO salienta que ao verificar o aumento de empresas no Brasil, principalmente os MEIs, é importante avaliar o contexto socioeconômico do país e em que condições nascem as iniciativas de empreendedorismo dessas pessoas, destacando que em um cenário de desemprego e recessão econômica, nem sempre a abertura de negócios significa uma mudança expressiva no rendimento da população.