Pesquisadores têm cartões clonados, denuncia Capes

Segundo a Coordenação, irregularidades chegam a R$ 1,8 milhão

por Nathan Santos ter, 12/05/2020 - 14:18
Pixabay . Pixabay

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) denunciou que cartões utilizados por pró-reitores e coordenadores de projetos de pós-graduação foram clonados. Segundo publicação da entidade nessa segunda-feira (11), as irregularidades chegam a R$ 1,8 milhão que seriam destinados a recursos usados em pesquisas científicas no Brasil.

De acordo com a Capes, a Polícia Federal (PF) foi acionada para conduzir as investigações. Até então, não foram revelados os responsáveis pelas clonagens, no entanto, a Coordenação informou que os valores estão sendo estornados pelas bandeiras dos cartões, “sem prejuízo aos pesquisadores”. A estimativa é que podem ter sido clonados 188 cartões de coordenadores do Programa Institucional de Internacionalização (PrInt) e, como consequência, saques indevidos foram feitos pelos acusados.

“São 700 cartões oferecidos para o Programa pela CAPES desde 2018, quando seu uso foi instituído no PrInt. As clonagens teriam ocorrido principalmente em ações de compra pela internet em sites fora do país. O cartão Banco do Brasil Pesquisa destina-se ao custeio de material de laboratório e de missões de trabalho relacionados à pesquisa científica desenvolvida pelos pesquisadores da CAPES”, detalhou a Coordenação.

Segundo a Capes, a utilização do cartão é pessoal e intransferível. “Como são utilizados apenas por pró-reitores e coordenadores de projetos, todos os beneficiários estão no Brasil. Para adquirir materiais no Brasil, só é possível usar a função de débito ou sacar os recursos. Caso haja a necessidade de aquisição de insumos no exterior, é possível comprar em qualquer moeda, como dólar ou euro, por exemplo”, acrescentou.

Para combater as investidas dos investigados, o Banco do Brasil e a Capes determinaram o bloqueio imediato da funcionalidade “uso no exterior” em todos os cartões que se tornaram alvo das clonagens. O procedimento será mantido até que sejam realizadas novas ações de segurança, principalmente a partir das investigações da PF.

Os pesquisadores que precisarem utilizar os cartões no exterior deverão solicitar autorizações específicas, por meio de um e-mail direcionado à Diretoria de Gestão da Coordenação. O contato é cgof@capes.gov.br.

“A Coordenação recomenda ainda que os beneficiários redobrem o cuidado durante o uso, não forneçam os dados do cartão a terceiros e façam um acompanhamento cuidadoso dos extratos de modo a identificar, com rapidez, possíveis fraudes. De acordo com o regulamento do programa, o usuário deverá também solicitar o bloqueio do cartão e contestar as transações não reconhecidas – em até 90 dias da ocorrência – na Central de Atendimento do Banco do Brasil. Além disso, deve registrar o fato no Sistema de Bolsas e Auxílios (SCBA) da CAPES pelo site”, determinou a instituição.

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