Enem: saiba como gerir seu tempo para não perder questões
Professores ensinam os feras a montarem uma estratégia de resolução das provas do Enem
As provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2019 serão aplicadas nos próximos dois domingos, dias 3 e 10 de novembro. O primeiro dia é destinado às disciplinas de redação, Linguagens e Ciências Humanas, enquanto o segundo aborda conteúdos de matemática e Ciências da Natureza. As provas têm 90 questões por dia, com 5h30 de duração no primeiro e cinco horas no segundo.
Nas 180 questões distribuídas entres os dias de avaliação, os estudantes encaram textos longos, um processo de produção textual e vários cálculos para resolver. Muitos estudantes já confirmara chutar parte das questões por falta de tempo para terminar. Diante desse quadro, os professores alertam que o candidato precisa estabelecer um método de resolução de prova pensando no tempo disponível para não correr riscos que possam prejudicar o desempenho na prova.
Otimizar o tempo é essencial para uma boa prova
A professora de Linguagens e redação Josicleide Guilhermino recomenda começar a prova do próximo domingo (3) pelo rascunho da redação, em seguida fazer a prova de preferência do aluno e, após, passar o texto para a folha oficial redação. “Ao dar um tempo da redação fazendo algumas questões e voltar pra ela depois - mas nunca, em hipótese alguma, deixando para o fim - o aluno consegue identificar melhor as falhas [do texto]. Em seguida as provas por ordem de afinidade, reservando cerca de 20 minutos finais para marcação do gabarito”, disse a professora.
No que diz respeito a resolução do caderno de prova e como otimizar o tempo em questões com textos longos, Josicleide recomenda que “leia primeiro o enunciado da questão e em seguida faça a leitura do texto”. Dessa forma, segundo ela, quando o aluno for para o texto já saberá o que procurar.
Josicleide também aconselha os estudantes a “eliminar as alternativas menos prováveis, que não se relacionam com o que está sendo pedido, observar quais respostas desrespeitam de alguma forma o próximo, eliminando em sequência, pois é pouco provável que a resposta correta esteja entre as alternativas que desrespeitam direitos humanos, e desconfiar de alternativas generalistas, que usem termos como: jamais, sempre, nunca e ninguém”.
A professora também lembra que, no Enem, chutar questões “vai acontecer com quase todo mundo”, devido ao pouco tempo dado para o tamanho da prova. “É quase humanamente impossível responder todas as questões do Enem dentro do tempo estabelecido, ou seja, todo mundo chuta de alguma forma. Por isso a necessidade de responder às provas de acordo com o nível de afinidade e seguindo alguns critérios”, disse ela.
TRI merece atenção
Já o professor de história Everaldo Chaves lembrou da necessidade de ter atenção ao tempo gasto nas questões e pensar estrategicamente na Teoria de Resposta ao Item (TRI). Esse é o modo pelo qual o Enem pontua as questões da prova a partir do índice de erros e acertos dos participantes. Ele explica que é importante que o aluno consiga avaliar o tempo que está levando na questão e "sentir" o quão fácil ou difícil ela está sendo.
“Sugiro que o estudante leia o texto e, se entender de primeira, provavelmente ela vai ser fácil, então já responde. Leu e não entendeu, passa para outra questão. Assim o aluno vai ter tempo de ler todas as questões, resolver todas as fáceis, voltar e fazer uma segunda, terceira, quarta leitura do que não entendeu”, disse o professor.
O risco de gerir mal o tempo, de acordo com o Chaves, é causar a queda da nota por chutar e acabar errando questões fáceis. “O grande segredo do Enem é acertar as questões fáceis, aquelas questões que vão ter um índice de acerto muito alto. Se o aluno errar uma questão dessa, a nota dele vai lá para baixo por causa da Teoria de Resposta ao Item. É preferível que, se tiver que chutar, chute aquelas em que ele realmente teve dificuldade. Tem alunos que acertam 40 questões e ficam com 600 e pouco”, disse ele.
O professor sugere que os alunos comecem a prova analisando o tema da redação e depois siga para as provas, onde ele pode, inclusive, encontrar ideias e informações que ajudem a enriquecer os argumentos do seu texto. “Não escreva a redação de primeira, olha o tema, faz um rascunho, vai para a prova, faz o que entender, na prova de linguagens a mesma coisa, pegando as ideias que encontrar e 'jogando' para a redação”, disse ele.
No entanto, o Everaldo Chaves sugere que se o estudante sentir que mesmo assim o seu ritmo de respostas é mais lento que o desejado, o ideal seria adotar uma estratégia um pouco diferente. “Se um aluno sente muita dificuldade com o tempo, aí eu já sugiro que vá logo para a redação que não tem como chutar, você tem que escrever. Em seguida, o caderno de provas com que tiver mais familiaridade”, explicou Everaldo.
O professor Eduardo Pereira afirmou que já viu alunos bons perderem o vestibular porque não conseguiram terminar a prova a tempo. Para evitar o problema, a sugestão dele é que o aluno não demore mais que uma hora e 15 minutos para concluir a redação e passá-la para a folha oficial.
“Além da redação, têm 90 questões para fazer, então precisa em uma hora fechar essa redação com rascunho e passar a limpo. Levando em consideração que a prova de Linguagens traz um texto por questão, é um fator a mais sobre o tempo. Se fosse um texto para duas, três questões, era mais fácil”, disse o professor. Eduardo lembrou o fato de que a redação, ao contrário das questões, não pode ser chutada e portanto não deve ser deixada para a última hora.
“Há alunos que escolhem fazer primeiro as questões para depois ir para a redação e o tempo 'estoura', perdendo muitos pontos na redação. Minha sugestão é começar pela redação no rascunho e não finalizar, ir fazer as outras questões. [O estudante] tem que se afastar da redação por pelo menos uma hora, pois muitas vezes o aluno comete um erro sobre algo que ele sabe porque o cérebro prega uma peça nele. Se fizer a redação e ler imediatamente, não vai perceber todos os erros. A revisão é crucial para o texto do aluno”, disse o professor.
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