'Não é para pegar professores', diz Weintraub sobre ofício
Documento faz um "chamamento" para escolas "lembrarem" de seus papéis sociais e cria canal para coibir atitudes de doutrinação e de "excessos" em sala de aula
O Ministério da Educação (MEC) enviou um ofício, na tarde desta segunda-feira (23), às instituições de ensino públicas com objetivo de "relembrar a função das escolas". Segundo o comandante do MEC, o ministro Abraham Weintraub, o documento tem como objetivo "aumentar os índices de educação e diminuir as taxas de suicídio, automutilação e depressão nas escolas".
O ofício, descrito como um "chamamento" por Weintraub durante coletiva de imprensa realizada no final da tarde desta segunda-feira (23), trata da "necessidade de desenvolver ações educacionais com base na cultura da paz". A idealização vem com o objetivo de pacificar as escolas e evitar "doutrinação", segundo palavras do ministro da Educação.
O informativo, a princípio, só tem como base "relembrar as escolas do seu papel". Durante toda a coletiva de imprensa, Weintraub salientou que se faz necessário a isenção de opiniões partidárias nas salas de aula. "Temos que lembrar que crianças são frágeis, vulneráveis", cravou o ministro, durante conversa com jornalistas, em Brasília.
Ainda segundo Weintraub, o documento não tem como objetivo amedrontar ou fiscalizar profissionais da área de educação. "Não se trata de 'pegar' professores, se trata de pegar excessos", explicou. O ideal, de acordo com o ministro, seria que cada docente, ao iniciar uma explicação, informasse seu viés de identificação com o ideal apresentado em sala de aula. "Eu sou professor, eu dizia, nas minhas aulas, que me identificava mais com determinado pensador,as não escondia que o outro tinha, também, muitos seguidores", relembrou.
Canal para informar 'execessos'
Os excesso cometidos dentro de ambiente escolar poderão ser denuncuados, segundo o Ministério da Educação. Foi disponibilizado um canal oficial de contato das escolas com pasta, disponibilizado no documento encaminhado. Por meio dele, será possível denunciar, tirar dúvidas, informar ou questionar atitudes de escolas, docentes, estudantes, pais e comunidade escolar.
De acordo com o ministro da Educação, o documento é uma forma de que os responsáveis pelos estudantes fiquem tranquilizados. "É um documento para os pais saberem que a Lei determina que o ambiente escolar seja sadio", salientou Weintraub.
Questionado sobre quais serão os excessos cometidos dentro de sala de aula, Weintrauba resumiu-se a informar que seriam os desrespeitosos ao ambinete de paz e pluralidade nas escolas.