Unicamp apoia docente criador da cadeira sobre 'golpe'

Através de nota publicada em seu site, a instituição classificou o atual governo como “golpista” e declarou irrestrito apoio ao professor da UnB

por Paula Brasileiro sab, 24/02/2018 - 10:06
Reprodução/Facebook Instituição chamou o atual governo de Reprodução/Facebook

O Departamento de Ciência Política da UNICAMP publicou, na última sexta (23), em sua página na internet, uma nota de solidariedade ao professor e pesquisador Luís Felipe Miguel, da Universidade de Brasília (UnB), criador da disciplina "O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil". A nota fala em "defesa da liberdade de cátedra e na autonomia universitária".

Manifestando solidariedade ao professor da UnB, a nota repudia as declarações do ministro da Educação, Mendonça Filho, contra o docente e ainda classifica o atual governo como "golpista". Além disso, a instituição paulista se coloca "na luta para mudar a atual situação política do país". Confira na íntegra.

O Departamento de Ciência Política da Unicamp vem a público manifestar irrestrita solidariedade ao professor e pesquisador Luís Felipe Miguel, da Universidade de Brasília, que ministrará neste semestre a disciplina “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”.

Repudiamos as declarações e ameaças do ministro da Educação do governo golpista contra nosso colega da UnB. Elas são a demonstração cabal de que vivemos em um contexto político autoritário, no qual a máxima autoridade federal no campo educacional infringe a liberdade de cátedra e a autonomia universitária contra um docente e cientista político que apenas cumpre seu dever de ofício: pesquisar, elaborar cursos sobre a realidade e ensinar.

Manifestamos nossa mais profunda indignação contra os ataques à Universidade Pública e aos seus membros que temos assistido nos últimos meses no Brasil. Não é esse o caminho pelo qual transformaremos o Brasil em um país soberano, justo e livre. Estamos e estaremos juntos na luta para mudar a atual situação política do país.

Docentes do Departamento de Ciência Política da Unicamp e demais apoiadores

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