Conheça os melhores destinos para fazer intercâmbio

Entre as oportunidades, há lugares onde é possível estudar cursos superiores com tudo pago

por Nicole Simões qui, 11/05/2017 - 11:28
Shutterstock O Brasil é o país da América Latina que mais manda estudantes para fora Shutterstock

No mundo todo, milhares de jovens cruzam fronteiras, todos os dias, em busca de sonhos e realizações. Fazer um intercâmbio significa passar um período fora do seu país de origem ou residência, conhecendo outro lugar com objetivos profissionais, acadêmicos ou pessoais. Mas para isso é necessário se organizar, planejar, pesquisar e procurar os melhores destinos. 

Um levantamento feito pelo AFS Intercultural Programs, organização não governamental internacional, em cerca de 30 países, constatou que 77% desses jovens, entre 13 e 18 anos, possuem interesses maiores em países de língua inglesa. A pesquisa foi realizada com mais de 5 mil estudantes e traçou um perfil da geração Z. Entre os desejos mapeados pelo instituto: a curiosidade de experimentar o novo e a imersão cultural foram levados em conta. Já países como Brasil e China possuem uma taxa de 38% de interesse entre os jovens do mundo todo, percentual considerado baixo pela AFS Intercultura Brasil.

O Brasil é o país da América Latina que mais manda estudantes para fora, em torno de 300 mil por ano. De acordo com dados coletados pela Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta), somente em 2015, mais de 220 mil pessoas deixaram o Brasil para estudar em outros países através de intercâmbio. A maior procura é por cursos de idiomas, graduação e pós-graduação. Os destinos mais procurados são Estados Unidos, com 53%, seguido pelo Canadá, Reino Unido, Espanha e Austrália. 

Essencialmente, os programas de intercâmbio podem ser divididos em quatro grandes categorias: intercâmbios de ensino médio; intercâmbios de idiomas; intercâmbios acadêmicos e intercâmbios profissionais.

Para Marina Motta, gerente da agência de intercâmbios Study Travel Bureal (STB), essa busca representa o interesse das pessoas em buscar uma maior proficiência no idioma, além de experimentar uma nova cultura e tornar o currículo mais competitivo. “No intercâmbio, há uma maior possibilidade de aprender coisas novas. A pessoa volta mais independente, tem uma visão maior do mundo. E cada vez mais as empresas têm buscado profissionais qualificados, com essa flexibilidade e capacidade de mudança”, explica Marina, que já fez 11 intercâmbios em diversos países, além de ser autora de dois livros sobre o assunto: 'Intercâmbio de A a Z' e 'Intercâmbio na Era Digital'.

Segundo ela, os valores e destinos variam muito de acordo com o perfil de cada candidato: “Com um orçamento razoável o estudante pode estudar inglês em um país da Europa durante um ano. O valor do curso varia de R$ 2,5 mil a R$ 5 mil, sem contar os custos com hospedagem, alimentação e passagens, que não estão incluídos”.

Dublin, capital da Irlanda,  foi a cidade escolhida pela maioria dos intercambistas que responderam a pesquisa.  Reprodução/Dublin Town

A Irlanda também está entre os países mais procurados por brasileiros para fazer intercâmbio. Segundo o censo de 2016, o crescimento de brasileiros na Irlanda nos últimos cinco anos foi de quase 60% (9,298 para 15,796). Entre as cidades escolhidas pelos intercambistas, Dublin é a preferida. “A vantagem da Irlanda é que os intercambistas podem estudar e trabalhar, assim como na Austrália”, conta Marina. De acordo com pesquisa feita pelo site E-Dublin, com mais de 1500 intercambistas, 42% dos Brasileiros que estão fazendo intercambio na Irlanda também trabalham.

Entrave para brasileiros

De acordo com a pesquisa da AFS Intercultural Programs, um dos fatores que ainda atrapalham os brasileiros a estudar fora é o fator econômico. O resultado apurado apontou que 33% dos respondentes não teriam a possibilidade de realizar um intercâmbio sem uma bolsa, e 54% dos entrevistados afirmaram que as bolsas integrais seriam a única maneira de estudar fora do país. Em economias avançadas, apenas 15% relataram necessidades semelhantes.

Além das dificuldades financeiras, outro fator que prejudica é a segurança. 52% do total dos entrevistados em todo o mundo citaram a segurança como principal preocupação. Em seguida, aparece a preocupação de conseguir fazer novos amigos (50%), ficar com saudade de casa (48%), equilibrar estudo e vida (47%) e adaptação à cultura (46%). O medo com discriminação surge como a preocupação menos frequente (34%).

Quanto a isso, a dica de Marina é antes de tudo procurar saber se a agência de intercâmbio escolhida é segura, conversar com que já fez algum procedimento com a empresa e certificar se o programa é reconhecido. “É muito importante você ter a certeza que você está contratando uma empresa séria, para você ter todo o suporte caso aconteça algum imprevisto”, esclarece a gerente da STB.

Planejamento

Outro conselho que a intercambista dá é se programar. “Hoje é possível encontrar empresas que parcelam seu intercâmbio completo, com todos os gastos, em até 24 vezes. Há as opções também de financiamento através de bancos ou nos cartões de crédito”, explica Marina. “Fazer um intercâmbio vale muito a pena. É uma experiência de vida e ultrapassa qualquer bem material. Além de ser um investimento em educação, cultura e principalmente na área profissional. Você pode planejar sua viagem com até dois anos de antecedência”.

Pensando nisso, o LeiaJá preparou uma lista com algumas oportunidades de intercâmbio abertas e formas de ingresso para os estudos no exterior. Entre as oportunidades, há lugares onde é possível estudar cursos superiores com tudo pago.

Confira:

Programa de Bolsas Santander

Top Espanha, Bolsas Ibero-Americanas, Bolsas Internacionais e Programa de Estágio. Esses são os programas de intercâmbico que o Banco Santander oferece para estudantes que desejam fazer um intercâmbio em alguma instituição estrangeira. Em algum deles, os estudantes precisam estar matriculados em uma das 32 universidades participantes e preencherem o formulário de inscrição disposto no site do banco, como no caso do Top Espanha que está com inscrições abertas até a próxima segunda-feira (15).

AIESEC

A AIESEC, que promove intercâmbios profissionais e de voluntariado para universitários, está com inscrições abertas para seu programa Talentos Globais. A oportunidade é voltada para jovens estudantes e profissionais que desejam trabalhar no exterior, em países como Colômbia, Rússia, México, Romênia, Sérvia, Peru, Alemanha, Índia, entre outros. Os custos de passagem, transporte local, seguro médico e documentação são de responsabilidade do participante. Durante o período de intercâmbio, os candidatos são remunerados por seu trabalho. As candidaturas ficam abertas até agosto de 2017, no site oficial da organização. 

Humber College

A Humber College, instituição de ensino superior que fica em Toronto, no Canadá, está oferecendo bolsas de estudo para cursos de graduação. Para se candidatar o aluno deve preencher um formulário de solicitação de bolsa e enviar alguns documentos, como cópias do certificado de conclusão do ensino médio ou diplomas, para quem já possui graduação. As inscrições podem ser feitas até o dia 19 de maio, através do site da Faculdade. 

Google

Já estão abertas as inscrições para o programa de Bolsas de Pesquisa do Google para a América Latina. Nesta edição, serão destinados US$ 600 mil para duplas de pesquisadores, sejam elas compostas por estudantes de mestrado ou doutorado e o professor orientador. O objetivo é apoiar áreas da Ciência da Computação. As candidaturas podem ser feitas até o dia 26 de maio no site do programa. 

Eramus Mundus

O Erasmus Mundus (EM) é um programa de mobilidade criado e financiado pela União Européia (UE). As bolsas de estudos integrais concedidas para os cursos de mestrado e doutorado pertencentes ao EM também atendem professores e instituições de educação superior. A duração das mobilidades depende de cada curso variando de 1 a 2 anos no caso dos mestrados e em média de 3 anos no caso dos doutorados.

Notas do Enem

Para quem deseja fazer uma graduação no exterior, algumas universidades públicas internacionais já estão aceitando a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), como forma de ingresso. No total, já são 22 instituições. Para participar, os estudantes precisam se inscrever no Enem, fazer a prova e lançar suas notas nas inscrições dessas 22 faculdades. 

CAPES

Já para quem procura cursos de pós-graduação, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação do Ministério da Educação (MEC), é responsável por inserir esses estudantes em cursos de mestrado e doutorado. Atualmente, o CAPES conta com 12 editais abertos para programas de intercâmbio. Os interessados precisam ter o diploma de curso superior para poder concorrer a uma das vagas.

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