Greve Nacional de Professores teve início nesta terça (23)
Professores estiveram na SEE para apresentar relatório que mostra a situação atual de escolas estaduais com problemas de estrutura, falta de professores e situação da merenda escolar
Na manhã desta terça-feira (23), representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) iniciaram o primeiro dia da 14ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, que segue até esta quinta-feira (25). A principal ação é a Greve Nacional dos Professores, durante esses três dias.
Segundo o presidente do Sintepe, Heleno Araújo, “nós realizamos 14 atos públicos em todo o Estado, em que professores se reuniram em frente às Gerências Regionais de Educação e na Secretaria Estadual de Educação (SEE) para reivindicar, não só o reajuste do piso salarial, mas apresentar também um relatório feito recentemente que mostra a situação atual de escolas estaduais com problemas de estrutura, a falta de professores e situação da merenda escolar. Só no Estado, cerca de 28 mil professores estão participando da paralisação e a estimativa é que, nesses três dias, mais de 700 mil alunos fiquem sem aula, isso contando com a rede municipal também”, disse Araújo.
De acordo com o levantamento, 48% das escolas pesquisadas têm falta de professores. Além disso, há 25 unidades sem professor de matemática, 16 de português, e 10 de idiomas. O estudo ainda mostrou que, das 206 escolas, 114 não possuem laboratórios de ciências, e, aquelas que têm, apresentam problemas de estrutura nesses espaços.
O presidente também alertou sobre os problemas de infraestrutura. “Nosso estudo ainda revelou que as escolas necessitam de 13.431 bancas. Tem aluno sentando no chão e, para um bom aprendizado, é necessário o mínimo de conforto. Também identificamos que mais da metade das escolas tem problemas estruturais em suas quadras poliesportivas”, denunciou.
As atividades, que integram a Semana Nacional serão realizadas em todo o País, sob a coordenação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), também reivindica a destinação dos 100% dos royalties para a educação, 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em prol do desenvolvimento educacional, profissionalização dos funcionários da educação e execução do Plano Nacional de Educação (PNE).
Sobre as reposições de aula, Heleno Araújo afirmou que os conteúdos serão dados dentro do prazo. “Como é uma greve com tempo determinado, por lei, temos até 30 dias para repor os assuntos perdidos por conta da paralisação”, disse.
Nesta quarta-feira (24), a Semana Nacional seguirá com uma ocupação nas Câmaras dos Vereadores e na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), às 14h. A Alepe fica na Rua da Aurora, área central da capital pernambucana. Já na quinta-feira (26), será realizado o Seminário Ação Mundial pela Valorização dos Profissionais de Educação, na sede do Sintepe, das 9h às 17h. Na oportunidade, haverá apresentação do resultado parcial do estudo “O trabalho na educação básica em Pernambuco”.
Em relação, ao ato, a Secretaria de Educação do Estado (SEE) declara que Pernambuco é um dos poucos Estados que vem pagando o piso nacional dos professores para todos os docentes da rede estadual de ensino e ressalta ainda que eventuais faltas dos profissionais do magistério serão descontadas sem a possibilidade de compensação.
Confira, na íntegra, nota enviada ao Portal LeiaJá:
“Pernambuco é um dos poucos estados que vem pagando o piso nacional dos professores para todos os docentes da rede estadual de ensino e investindo amplamente na educação. O Governo do Estado trabalha pela busca contínua de uma remuneração cada vez melhor para os servidores da educação e acredita que é preciso zelar pela missão de educar nossos jovens. A atitude de tentar paralisar as aulas por três dias vai contra essa missão.
A Secretaria Estadual de Educação (SEE) entende que existem outras alternativas capazes de atingir o fim proposto pela categoria e trazer à tona discussões pertinentes sobre a temática. Desta forma, visando garantir os 200 dias letivos estabelecidos pela legislação, a SEE informa que as escolas da rede estadual funcionarão normalmente e ressalta ainda que eventuais faltas dos profissionais do magistério serão descontadas sem a possibilidade de compensação”.